terça-feira, 20 de setembro de 2011


A angústia de querer ir, mas para onde, pergunto.
Quero ir, quero deixar, quero embarcar na viagem da vida.
Mas qual o caminho? Qual a rota a seguir?
Porquê ir se não sei para onde?
Quero ir, porque quero sair, mas sair de quê?
Sair para quê? Qual é a direção?
Nem o sentido sei, na direção em que me encontro.
Pergunto e imploro, por onde? Para onde?
Ser quem? Em quem sou?
Onde estou? Pergunto.
Olho em volta, procuro um sinal, um sinal de ti,
Onde estás, quem és?
Por onde hei-de ir?

Sofia Rodrigues

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Para a Paula...

Está sentada à secretária. Tem à sua frente o monitor e o telemóvel dá sinal de mensagem. Desvia o olhar do ecrã para o objecto que a fez distrair da sua concentração. Paula leva muito a sério a sua missão. O seu rosto sério transmite essa competência profissional que a caracteriza. Equilibra o ar circunspecto com uma simpatia genuína que transparece na voz e no olhar sereno.
É uma mensagem da Bábá. Tirou 69% no teste de Matemática e está tristíssima. Particularmente porque lhe tinha corrido muito bem. Enquanto faz a chamada, pensa na sua filha Bárbara. Uma excelente aluna, para quem uma nota considerada apenas razoável é suficiente para a destroçar, dado o seu sentido de responsabilidade.
A conversa segue. Paula tenta confortar Bábá. “Acontece. Não tens que valorizar essa nota, que até não é má”. A tranquilidade e o carinho na sua voz transcendem o seu corpo. Paula visualiza a filha. Acentua o tom maternal, naturalmente carinhoso, para transmitir sensação de confiança. Sente que neste momento é crucial que Bábá veja a nota apenas como uma sarda solitária num rosto e que não chega, de todo, para caracterizar uma fisionomia.
“Acontece, filha. Vê o que fizeste menos bem. Às vezes basta ler mal uma frase, um número… Vais ver, da próxima vez essa nota vai-te dar a sensação de trampolim para fazeres ainda melhor. E mesmo que tal não aconteça, não há problema nenhum, como é óbvio. Tem calma querida, não fiques assim…”
Paula desliga o telemóvel e olha de novo para o monitor. Olha mas não vê. Fica pensativa. Ao mesmo tempo que está decidir o que fazer de seguida, relembra a conversa com a filha. Sabe que esta é muito responsável e que o seu esforço e empenho são genuínos. Fica triste pela Bábá, mas não pela nota. Amanhã trará outro excelente, nem sequer é algo que a preocupe. Sabe que os seus dois filhos são bons alunos e as preocupações, se as houver, ainda tardarão.
Sentada na sua cadeira, Paula espera um aluno para discutirem os trabalhos que têm sido desenvolvidos. Hesita entre fazer uma pausa para café com a sua colega do lado ou continuar à espera do aluno que entretanto se atrasou.
No seu gabinete, que partilha com mais três colegas, o silêncio impera. Neste momento estão todos ausentes. Respira fundo, como quem sente, ainda bem que estou só. Estar acompanhada não é algo que a aborreça. Às vezes, porém, não é fácil lidar com algumas pessoas que parecem espalhar a negatividade. Bom, não vale a pena pensar nisso. Há muito que fazer.
Volta a focar o monitor e os seus olhos castanhos e doces recuperam a vivacidade ao ler um dos emails. A sua mão direita clica várias vezes no rato para sublinhar as frases que vai lendo. Como se o que está escrito não fosse real e estivesse a viver um sonho muito vívido. Não tem a certeza se o que está a acontecer é mesmo real. As letras juntas em palavras revelam algo que parecia impossível. Ganhou um concurso! O espanto é surpreendente e o arrepio torna-se violento. Fica em êxtase. Será mesmo verdade? É a única coisa que lhe vem à mente. Será mesmo verdade? Não consegue acreditar.
Levanta-se e vai à janela que clareia o seu espaço. O sol teima em dirigir os seus raios noutras direcções. Que pena. Que interessa isso agora, contrapõe. Ganhámos um concurso! Ganhámos! Boa Paula. Afinal, não é impossível. Afinal fomos capazes. Afinal somos capazes!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Hoje...

Hoje, agora...
Aqui estou eu, aqui sou eu!
Nem sempre foi assim 
e sei que nem sempre assim será.
Hoje sei que estou aqui,
hoje sinto o agora.
Ouço-me!
Sinto-me!
Respiro-me!
Sorriu-me...
Sentada, estando aqui, não penso.
Sentada, respirando agora, só escrevo!
Escrevo para ti,
escrevo por mim...
Escrevo através de mim para ti.
                                                      Sofia Rodrigues

No final era o início

No final era o início.
Ali estava o que queria renunciar.
Olhou para o lado e ficou cego,
Não escutou o seu ego!

Mas o azul veio atrás
e o céu desceu aos seus ombros.
Ficou um peso sem pesar
e mergulhou para o mar.

Nunca mais veio ver-me, pensou.
Nunca mais soube de nada.
Ali ficou para sempre,
à espera do ausente.

Quando foi que isto aconteceu?
O que foi que se passou?
Quem era o horror,
quem foi que te magoou?

A culpa não é dele,
A culpa não existe.
Apenas a compaixão
de algo que foi em vão.

Aceita, meu amor
Tudo o que te dei.
Aceita, meu amor,
que eu partirei!

                           Sofia Rodrigues

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Para a Inês

O coelho que queria ser guarda-nocturno



                O título desta história tem que ser corrigido. Eu não sou um coelho. Sou uma coelhinha, a Kika. Pelo menos é assim que a menina que cuida de mim me chama. O meu pêlo é macio e brilhante. O castanho e as manchas brancas dão-me uma cor alegre. A alegria é o tom mais forte da minha personalidade. Como da menina que trata de mim. O seu sorriso cativa os outros meninos. É muito bonita e encantadora. Inês é o nome dela. A Inês gosta muito de mim. Depois de fazer os trabalhos de casa da escola brinca comigo e eu brinco com ela. Saltitamos de degrau para degrau, sempre a subir. Depois, descemos a escadaria inteira em correria. Quando chegamos ao fim saltitamos de novo para cima. No topo das escadas íngremes e roxas está uma bela cenoura com ramo verde e muito carnuda para eu lanchar. Às vezes não lancho. Outras vezes tenho direito a três cenouras suculentas. Fico com a barriga cheia e um sorriso de orelha a orelha. Nessa altura tenho que fazer uma pausa e durmo uma sesta na minha casita. Foi construída com palha suave. É confortável e aconchegante. Posso dormir um sono descansado. Tão bem que me sinto aqui. Acordo ao som das notas melodiosas que se escapam das cordas do violoncelo desta garota de olhos negros e profundos com pestanas muito compridas. No outro dia despertei a sorrir com a sua música que enchia todas as divisões da casa de bonecas onde a Inês vive. As bonecas brincalhonas costumam fazer festas de aniversário e cantam os parabéns de vez em quando. Sopram as velas do bolo de chocolate e passam a tarde a cozinhar com a plasticina que se molda nas suas mãos de porcelana. É no quarto da casa que entro em silêncio bem de mansinho quando, no fim da festa, a Inês adormece. Tão frágil quando está na sua cama com lençóis azuis recheados de papoilas vermelhas com a sua fragrância de alfazema. As papoilas cobrem o seu corpo delicado como uma capa protectora. Salto para cima da estante repleta de livros coloridos que contam histórias de personagens fantásticas para sorrir. Fico de vigia aos seus sonhos. Sentada sobre as minhas patitas castanhas com manchas brancas, observo-a toda a noite. A Inês não sabe. Sou o seu guarda-nocturno. Esta a minha missão. É tão bom cuidar do seu sono profundo sem que dê conta que nunca está só.

sábado, 22 de janeiro de 2011

À margem do tempo

O tempo, 
essa palavra vazia.
O tempo,
esse conceito perdido
que nos tranca e esvazia.
O tempo,
deste lado escondido,
mas que tanto angustia.
Sempre a correr,
sempre a perder-se
em tudo e em quase nada.
Quando acordo e olho para o lado
percebo o eco da sua passagem,
de nada me vale
porque quando desperto
estou sempre à margem.
                                 Sofia Rodrigues

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Amélia


Olá! Estás boa? Sempre com uma voz jovial e bem-disposta, esta é a expressão usual para cumprimentar quando me liga. Decidimos mudar o tarifário do telemóvel, por isso, somos capazes de estar mais de meia hora ao telefone sem pagar um cêntimo. Somos ambas extreme. Foi ideia do Fernando, e que boa ideia. No princípio só trocávamos mensagens, ou sms, na gíria das telecomunicações, mas rapidamente se percebeu que dá mais trabalho estar a escrever no teclado minúsculo do telemóvel do que seleccionar o nome e carregar na tecla verde para fazer a chamada.
Hoje estivemos 51 minutos na treta. Sim, na treta. Felizmente não é necessário ter conversas elevadas e produtivas com todas as pessoas e a todo o momento. Do outro lado da linha, podia perceber um tom de voz triste de quase desalento. Se a virmos passar no corredor do local de trabalho não se detecta a eventual tristeza. O seu sorriso é sempre fácil. Porque sim. Porque não há-de ser? Os outros não têm culpa que esteja menos bem. Disse-me uma vez.
Não sendo de grande estatura, não a vemos como alguém pequeno. Pelo contrário. A sua postura muito direita e elegante e os frequentes saltos esbatem uma eventual diferença, tornando-a singular quando está em conversa no átrio. Brincámos com as botas xpto que comprou em Outubro. Colossais. Fantásticas. Super femininas. Aquele tipo de compra que só as mulheres compreendem. O tipo de compra que uma mulher faz sem pensar que é caro. O que nos passa pela cabeça é antes: uma extravagância que não faz mal a ninguém e que nos faz bem de vez em quando. Porque sim. Porque apetece, porque nos sentimos mais bonitas. Não interessa se os outros nos valorizam na mesma medida. Não é isso que está em questão. O que está em causa é o facto de se poder fazer essa extravagância, para recordar que é isso mesmo e que se fez porque se merece. Porque nem tudo tem que ser útil. Porque nem tudo tem que ter uma razão racional de ser. Porque há coisas que só as mulheres entendem.
E na verdade as botas ficam-lhe a matar. Quando as tem calçadas, a Amélia é mais Amélia. E isso sente-se quando caminha. É provável que nem todos percebam o pormenor. Ainda bem. É provável que a Amélia também nunca tenha pensado no pormenor. O encanto é esse. Há algo de diferente nesses dias. Se a Amélia já tiver pensado nisso, é possível que já tenha tido alguns devaneios ao sair do seu smart branco impecavelmente limpo. Acredito que quando carrega no comando da chave para trancar o carro e o guarda na carteira, endireite ainda mais as costas e diga em surdina, só para os seus ouvidos: hoje vou arrasar!
Hoje de manhã já estava no parque de estacionamento quando chegou e entrámos juntas na escola. O seu porte estava mais ou menos a condizer com o descrito. Os seus cabelos lisos, com franja recente a dar-lhe um ar de garota, estavam alinhados sem estarem demasiado penteados. Trazia umas leggings pretas debaixo das botas que tapavam os joelhos e uma blusa branca, solta e descontraída, coberta por um bolero verde de lã. Quando passámos a porta, o funcionário que costuma estar na entrada olhou-a embevecido. Confirmei a especulação anterior e Amélia também. Sorrimos quando trocámos olhares e não foi preciso comentar. Estava mesmo para arrasar. Enquanto subíamos as escadas dizíamos disparates e ríamo-nos sem pudor. Chegadas ao fim dos degraus e antes de irmos em sentidos opostos dissemos: diverte-te como puderes. Logo à noite falamos.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sorrir...





Já sorriste hoje?
Quando foi a última vez que sorriste?
O que te faz sorrir?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Para a Cláudia...


Às 7.30h da manhã o despertador tocou no quarto da Cláudia. Na mesinha de cabeceira, decorada com flores secas e uma fotografia do seu filho Hugo, ouviu-se tocar para o derradeiro minuto de sono. Cláudia olha para a esquerda e, como sempre, André estava a seu lado  na cama. Já a despertar, também, mas com o ar de quem ficava pelo menos mais meia hora a desfrutar do leito quente e confortável. Debaixo do lençol castanho, Cláudia e André olham-se mutuamente. Bom dia, diz com um sorriso Cláudia. André responde com um beijo rápido e carinhoso na sua testa.
É Cláudia que se levanta primeiro. Abre a janela. Os raios de Sol já pintam a manhã. Que bom, sente Cláudia ao inspirar profunda e longamente. Dirige-se ao quarto cheio de brinquedos onde Hugo ainda dorme com um ar tranquilo. Olá meu amor, sussurra Cláudia ao ouvido do seu filho de 4 anos. Tem que ser devagarinho e delicado o acordar da criança. Cláudia sabe isso. Toca nas mãos pequenas e franzinas, ao mesmo tempo que trauteia a música de Vila Moleza, um dos desenhos animados preferidos de Hugo. Talvez assim o seu despertar seja tranquilo, pensa enquanto vai destapando com vagar a criança ainda sonolenta. Hoje pergunta: posso dormir mais um bocadinho?
Lá fora ouvem-se os pássaros com a sua melodia matinal. Ao escutar a sua música, Cláudia abre a janela deste quarto. Entretanto, ao sentir a boa disposição da sua mãe, Hugo espreguiça os seus bracitos curtos e dá um salto da cama. Olá mamã! Quero vestir a roupa do Homem Aranha, pode ser?  Cláudia sorri. Claro, meu amor. Mas só enquanto tomamos o pequeno almoço, está bem? Boa! Responde Hugo com boa disposição e já sem sono.
Acção imediata. Hugo abre o guarda-vestidos e contempla os fatos de super-heróis que preenchem o espaço. Polícia, Zorro, Batman… Hoje é a vez do Homem Aranha. Ajuda-me a vestir, mamã. Depois de abrir a tenda instalada no quarto desde o dia de Natal, Cláudia enfia a fantasia pelas pernas infantis e ajuda a encaixar os braços na parte de cima da veste. Para finalizar, enfia o gorro colorido que deixa apenas os olhos cor de avelã à vista. Atenção, antes de ires atrás do monstro tens que comer o iogurte. Vamos a isso, Homem Aranha.
É em corrida que Hugo se dirige à cozinha. Cláudia segue o garoto para lhe preparar a primeira refeição, enquanto se ouve a água a correr para o duche de André.  O dia é de escola para todos. Cláudia e André dão aulas de Educação Física e Hugo está no jardim escola. A algazarra ecoa por toda a casa. Hugo salta do sofá para o chão e do chão para o cadeirão, desafiando as leis da gravidade. Sempre atenta, Cláudia hesita entre o iogurte e o copo de leite com chocolate. Opta pela primeira hipótese. É capaz de ser menos perigoso face à correria e cambalhotas que ouve na sala. Toma o seu iogurte líquido e chama, Hugo, anda cá. Uma colher de energia para o homem aranha! As minhas teias são muito fortes! Vou prender-te ao frigorífico, eh, eh! Simula-se colada ao frigorífico e clama por socorro: André, vem soltar-me, o homem aranha afinal já não salva os bons, ficou do lado dos maus!
De imediato,  Hugo esconde-se em riso aberto debaixo da mesa da sala enquanto Cláudia e André trocam de função. Agora é Cláudia que vai ao banho e André fica na brincadeira. Estou a ver-te homem aranha, escusas de te esconder… André alinha na reinação e Hugo cala-se para manter o esconderijo.
Entretanto, na casa de banho, debaixo da água quente, Cláudia planeia o seu dia. Vai deixar o filho ao infantário antes de ir para a escola. A manhã vai ser passada a dar aulas e de tarde tem as tarefas de directora de turma. Esboça uma expressão de enfado ao lembrar-se que tem que actualizar as faltas e informações dos seus alunos. Tanta burocracia… Bom, logo se vê. Hoje é quarta feira. Boa! Não é só escola, mais logo tem dança. Foi o ano passado que tudo começou. Alguém se lembrou de criar um grupo de jazz. Há quanto tempo não ouvia falar desse tipo de dança. Desde os anos 80, talvez. Mas a Raquel, a responsável pela turma, foi tenaz e até já fazem exibições para além do sarau habitual do clube do qual fazem parte. Foi um espaço onde se reencontrou. Este é um dos sentimentos que tem cada vez que sai de casa às segundas e quarta feiras à noite para os ensaios. Já se podem chamar assim. Não são bem aulas. Desde que fizeram a sua primeira apresentação que não têm parado os convites. Mãmã… Cláudia acorda do devaneio e lembra-se que o tempo corre sem pausa. Tem que acabar de se preparar. André e Hugo chegam ao quarto. André é o primeiro a sair. Até logo, vou indo, despede-se de Cláudia com o olhar. Tchau homem aranha…  dá um abraço ao papá. Depois do gesto, Hugo volta-se para a mãe. Posso brincar mais um bocadinho? Só enquanto a mamã se veste.
Ouve-se a porta da rua a bater. André já saiu. Cláudia escolhe o fato de treino. Quer dizer, não é bem um fato. A moda contemporânea transformou a indumentária dos professores de educação física. Felizmente, é a opinião de Cláudia e das suas amigas, a maior parte colegas de curso, também professoras de Educação Física. Veste umas calças pretas largas de algodão e uma camisola branca com a palavra dance escrita em cor-de-rosa. Agora, o mais difícil, convencer o Hugo a mudar de roupa. Homem aranha… chama com carinho. Pé ante pé, Hugo vai para a tenda e fica quieto, à espera. Depois de verificar todas as divisões da casa, Cláudia entra no quarto do filho, adivinhando o seu refúgio. O argumento tem que ser convincente. Vamos querido, está na hora. Temos que ir… Os teus amigos já estão na escola, já devem estar a fazer alguma coisa muito importante e tu ainda estás aqui. Com um ar céptico, Hugo cede. Mas logo podemos vestir outra vez a roupa do homem aranha, mamã? Claro meu amor.
Cláudia está em cima da hora, tem que se despachar. Depois da bata, veste o casaco ao filho e pega no seu. Passa na cozinha onde está o armário do calçado. Sem olhar pega num par de sapatilhas.
Depois de deixar Hugo no infantário segue para a escola. É quando sai do Beatle, o seu carro, que  Cláudia fica perplexa. Os seus pés estão desencontrados. Uma sapatilha preta e uma branca. Ri-se da sua distracção e olha em volta. Ninguém a observá-la. Bom… Lá terá que ser. Com um ar triunfante, entra na sua primeira aula e diz: Bom dia, caros alunos. A partir de hoje a moda é esta: uma sapatilha de cada cor! A sua plateia está confusa. Não sabe se rir em uníssono ou se acreditar no que ouve. O tom da sua professora é peremptório e convincente. Bom dia! Está um lindo dia de sol e a aula é no campo exterior. Toca a fazer 10 minutos de corrida para aquecer…